Paulo Leme – XP Expert

Moderação de Thiago Favery

São Paulo, 15 de julho de 2020.

·         Pergunta: Endividamento atual atingiu patamares acima da grande depressão. Quais as implicações sobre isso?

·         O tema é muito complexo dentro da academia. Existem pessoas mais otimistas e outros mais pessimistas.

·         Como a economia lida com esse excesso de endividamento: (1) Impostos (2) Emissão de dinheiro (3) Inflação.

·         Ativos de alta qualidade se comportam como reserva de valor nesses momentos, por isso vemos procura por ações de grandes empresas que tenham balanço saudável (Apple, Microsoft, por exemplo) para tentar ficar isolado e evitar perda do poder aquisitivo.

·         Para isso, o ideal é montar uma carteira diversificada e com correlações baixas entre elas.

·         Diversificar em quantidade, diversidade e regionalmente (muito em linha com a tese de investimentos que a TAG tem apresentando desde o auge desta crise em março).

·         Pergunta: Como rentabilizar uma carteira offshore com juros zero ou até negativos em algumas regiões?

·         Sobre os juros negativos. Já começamos essa crise com os juros muitos baixos e agora migramos para juros baixos e até mesmo negativos (nominais e reais).

·         O retorno esperado das carteiras será menor e a volatilidade maior. Para manter o retorno você terá que tomar um “risco” uma “volatilidade” muito maior e este processo não é linear. Você precisa tomar um risco muito maior.

·         Para contornar isso você precisa fazer um processo diligente e robusto de “Asset Allocation” e seleção de gestores.

·         Em alguns casos você precisa “descer na escada” da qualidade de alguns ativos, como no caso do crédito privado, você precisa ceder na liquidez como Venture Capital, Private Equity e Produtos Estruturados ou se contentar com retornos menores (tese idêntica daquela que a TAG Investimentos apontado nos últimos meses em seus reports).

·         Pergunta: Que setores ou estilos de investimentos você gosta?

·         Financials – Precisa separar quem tem muita exposição a safra de hipotecas, consumidor, automóveis, mas não é a maioria. As provisões são altas e significativas. Contudo, terão empresas/nichos que sairão bem da crise. Os valuationsestão relativamente baratos.

·         Turismo – Acha que quem tem visão de longo-prazo pode se favorecer de investimentos no setor.

·         Eleição EUA:

·         Este é o risco mais importante para o cenário.

·         Podemos olhar em 4 dimensões.

·         Biden está muito bem posicionado. Trump parece mais Carter e Ford, como exemplos de presidentes que não se reelegeram.

·         Todas as pesquisas mostram vantagem significativa para Biden

·          Será importante entender como ficará a Câmara e o Senado para entender se Biden conseguirá fazer o que deseja.

·         Pesquisas começam a mostrar uma “Blue Wave”, com Democratas levando tudo.

·         (1) Primeira preocupação seriam impostos. Biden deveria aumentar impostos e arrecadação, que é sua plataforma de campanha. Isso não seria positivo para ações.

·         (2) Devem focar na melhora do sistema de saúde e gastos nessa frente.

·         (3) Preocupação ativa com meio ambiente, o que deve afetar o setor de combustíveis e energia.

·         (4) Deveria ser um governo mais amigável com “trade”.

·         A incerteza do processo eleitoral preocupa, pela forma como é o processo eleitoral americano. Isso pode ser muito prejudicial ao mercado.

Área de Gestão TAG Investimentos