Equitas (Luis Felipe Amaral) – XP Expert
São Paulo, 15 de julho de 2020.
· Grupo tem 25 pessoas, 6 sócios que trabalham juntos há mais de uma década.
· Diferencial deles é a parte de análise de empresas, entendendo profundamente os negócios, e com horizonte de 3 a 5 anos.
· 20 a 25 empresas no portfólio.
· Composição do Ibovespa (grosso modo):
– 1/3 commodities
– 1/3 setor financeiro
– 1/3 economia doméstica e outros (onde tem mais tem exposição e conseguem gerar um diferencial)
· Sobre a crise, o que tinham de convicção é que a reação do mercado foi muito exagerada e desproporcional.
· Assim como todas as crises, elas passam. Por isso o longo prazo é fundamental.
· Controle emocional e auto conhecimento são muito importantes nesses momentos de grande incerteza.
· Carteira sofreu muito no início da crise, até mais do que em outras crises.
· Optaram por fazer um pouco de caixa, vendendo posições menores e Petrobrás, para aproveitar as oportunidades que deveriam ser geradas.
· Petrobrás por conta da questão adicional do preço do petróleo, que pode ir além da pandemia.
· Recompuseram a carteira inicialmente com coisas mais defensivas, Utilities e Saneamento.
· E num segundo momento em ativos mais ligados a consumo e outros setores.
· Aumentaram o setor de saúde (Hapvida, Intermédica), voltaram a comprar Equatorial e compraram Sabesp.
· Um papel novo que compraram foi Via Varejo. Ano passado teve muita especulação no papel, mas o case ainda era incerto. Agora, ficaram mais confortáveis com o preço e o comportamento nesse momento de crise. Assimetria ficou mais favorável, e gastaram bastante tempo da equipe analisando a empresa.
· Porque o setor de saúde (Hapvida, Intermédica)?
– Empresas sofreram num primeiro momento, pois o mercado leu que seria prejudicial para o setor. O que aconteceu, de fato, foram as pessoas utilizando menos e até um aumento de margem no curto prazo.
– Pode vir a perder pacientes, mas até cresceu marginalmente nesse período.
– No longo prazo, o custo é muito mais acessível do que os grandes convênios, então o vetor de crescimento é grande.
· EZTec é uma das empresas que mais tempo permaneceu no fundo durante sua existência (10 anos).
· Setor de companhias aéreas foi um dos principais impactados, e que deve ter uma destruição de valor, de fato, pro longo prazo.
· CVC teve um ano trágico em 2019, com a quebra da Avianca, derramamento de óleo no Nordeste e desvalorização do câmbio. E ainda veio a pandemia em 2020. No entanto, o preço ajustou para incorporar tudo isso, e a empresa passa por uma mudança que gestão. Eles acreditam bastante nesse novo management e está em linha com o que entendem que deve ser feito na empresa.
· Depois da crise, entendem que o turismo vai voltar. Obviamente não esse ano, mas a partir do ano que vem. E CVC é uma das poucas que tem capacidade de sobreviver à pandemia.
· Qual o view de Shopping Centers?
– Leitura do mercado foi de que Home Office vai ser a nova normal e que Shopping Centers “acabariam”.
– Iguatemi chegou a ser negociado a preço de tijolo, 13.000 m2, sendo que o preço de construção é próximo de 12.000 m2.
– Em termos relativos pra empresas, esse período “custa pouco”.
– Perder 1 ano de lucro deveria fazer com que a empresa sofresse entre 5% e 10%, não mais que isso.
· Quando acham que existe uma relação risco x retorno interessante, fazem proteções para casos extremos, via opções.
· Tamanho do fundo pode ser prejudicial?
– Entende que não.
– Ficam em média 48 meses com as posições, ou seja, gira muito pouco.
– A liquidez do mercado também aumentou muito.
– Nas condições atuais de mercado, teriam mais R$ 2 bilhões e fechariam o fundo (hoje estão com R$ 6 bilhões).
· Não tem nenhum setor que nunca investiriam, não gostam de se restringir de olhar oportunidades.
· Setor de Bancos:
– Curto prazo deve ter resultados surpreendentemente positivos.
– Longo prazo é mais complicado pelo universo competitivo.
– Mas, nos preços atuais, existem boas oportunidades.
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