28/06/2019 às 19h13

Ibovespa sobe 15% no semestre; índice do setor imobiliário lidera

Por Valor, de São Paulo

Imob, que reúne ações do setor imobiliário na bolsa, liderou os investimentos do semestre com avanço de 24,45%, seguido pelo índice de small caps (19,26%%) e de dividendos (18,67%%). O Ibovespa avançou 14,88%. No mês de junho o Imob rendeu 15% e liderou com folga as aplicações.

Na bolsa, a movimentação dos investidores no primeiro semestre foi marcada por cautela e otimismo. A perspectiva de aumento da liquidez mundial e de aprovação da reforma da Previdência deram o suporte que o Ibovespa precisava para ter uma importante recuperação recente.

O desempenho mensal do Ibovespa é o melhor desde janeiro deste ano, quando o entusiasmo com a chegada de Jair Bolsonaro à Presidência fez o índice subir 10,8%. No semestre, o desempenho também é o melhor para um período de janeiro a junho desde 2016, quando a alta foi de 18,9%.

Mas o otimismo claramente cedeu lugar a um misto de incertezas e impaciência dos investidores com a demora e o vaivém do governo na aprovação da reforma da Previdência. O desempenho na primeira metade deste ano foi pior do que no segundo semestre de 2018, quando havia subido 20,79%.

Já o dólar recuou 0,90% no primeiro semestre e 2,17% só em junho.

Na entrada da segunda metade do ano, a avaliação de profissionais de investimentos é que ainda há ganhos a extrair na bolsa, em papéis atrelados à inflação e classes como dívida corporativa, fundos imobiliários e multimercados.

O pilar fundamental para o segundo semestre é que os juros “morreram”, no Brasil e no mundo, nas palavras do economista Paulo Gala, diretor-geral da Fator Administração de Recursos (FAR). Por aqui isso tem mais a ver com atividade econômica sofrível do que com a reforma da Previdência. Apesar de ver a revisão das regras de aposentadoria passar no Congresso, com economia fiscal da ordem de R$ 800 bilhões, ele diz que isso fará pouco para a economia real. “Se [o PIB] crescer 0,5% neste ano [o Brasil] já está no lucro”, diz. “Como este governo não quer fazer nenhum tipo de medida de estímulo, seja monetário seja fiscal, o investimento continua num nível ruim neste e no próximo ano.”

Na avaliação de Dan Kawa, sócio e executivo-chefe de investimentos da gestora de patrimônio TAG Investimentos, lá fora, num cenário que se desenha de fim de ciclo econômico a atividade deve seguir perdendo fôlego depois de dez anos de expansão. “Cedo ou tarde vamos ver um cenário de desaceleração ou de recessão global, talvez mais cedo na Europa que não tem instrumentos para lidar com isso, diferentemente dos EUA que ainda podem cortar os juros.”

Para o Brasil ele ainda tem uma visão construtiva, com a economia caminhando para voltar a ter taxas de crescimento na casa dos 2,5% ou 3% caso se confirmem as reformas estruturais (tributária e da Previdência), e sem pressões inflacionárias. “Não acho que o Brasil seja uma ilha, obviamente se houver uma nova crise mundial os ativos vão sofrer, mas se o país fizer as reformas pode se blindar de uma piora mais acentuada.”

Veja abaixo o rendimentos das aplicações no mês e no semestre: