Sumário Executivo 

Nos últimos anos bater o CDI foi tarefa difícil e alguns acreditam impossível. Fizemos esse trabalho para mostrar que uma carteira diversificada e administrada com disciplina ganha com folga da rentabilidade do CDI.  

A Moderna Teoria de Carteira nos ajuda a decidir como alocar os recursos e mostra como a diversificação pode trazer eficiência a nossos investimentos. Em uma carteira diversificada o peso ou o valor investido em cada segmento, varia bastante porque os preços dos ativos estão mudando constantemente e muitas vezes em sentidos opostos. Rebalancear a carteira é ajustar periodicamente o peso relativo de cada segmento de investimentos para um determinado valor, comprando aqueles segmentos que caíram muito e vendendo aqueles que subiram.  

Nesse estudo provamos que uma carteira diversificada que sofre rebalanceamento disciplinado gera resultados superiores à rentabilidade do CDI, no longo prazo. Nesse estudo usamos uma carteira diversificada que investe no IBOVESPA, CDI, IRFM (índice de títulos do Tesouro com taxa pré-fixada), IMA-B5 (índice de NTN-Bs com vencimento em até cinco anos) e IMA-B5+ (índice de NTN-Bs com vencimento acima de cinco anos). Os dados disponíveis para todos esses índices se iniciam em 2006.  

Concluímos que rebalancear uma carteira agrega valor ao longo do tempo e permite retornos superiores ao CDI. No período estudado a rentabilidade real do CDI foi de 60%. A carteira diversificada obteve uma rentabilidade real de quase 80%, 30% superior a rentabilidade do CDI no período.  

A melhor técnica de rebalanceamento é aquela que emprega bandas (faixas máximas e mínimas de alocação) que, quando rompidas, disparam o rebalanceamento. Para o período estudado uma banda de 28% do ponto médio apresentou melhores resultados. O tamanho da banda é critico e influencia muito no valor agregado. 

A seguir você pode ler o estudo completo atualizado para março de 2016: 

Introdução 

O maior desafio que nós investidores encontramos é o de como alocar nossos recursos nas mais diversas opções de investimentos existentes. A Moderna Teoria de Carteira nos ajuda a decidir como alocá-los e mostra como a diversificação pode trazer eficiência a nossos investimentos, proporcionando retornos superiores ao CDI. 

Em uma carteira diversificada você investe em vários tipos de ativos (classe ou segmento), que apresentam rentabilidades diferentes ao longo do tempo. Quando uma determinada classe de ativos (digamos ações brasileiras) se valoriza muito mais do que as demais, o valor investido nela fica proporcionalmente maior quando comparado com o valor original, ou seja, o peso de ações na nossa carteira aumenta. 

O inverso também é verdade, se o valor das ações cair muito em relação às demais classes de ativos, o montante investido em ações reduzirá. Ou seja, depois da primeira alocação o peso (percentual) alocado em cada tipo de investimento se alterará conforme o rendimento relativo de cada classe. 

Esse trabalho tem o objetivo de discutir o que acontece com o peso relativo de cada segmento com o passar do tempo e propor uma metodologia de ajuste. Isso nos auxiliará a manter o risco de nossos investimentos dentro de uma faixa desejada, ao mesmo tempo em que otimizamos o retorno obtido. 

Construindo uma carteira hipotética para teste 

Nada melhor do que um exemplo prático para entendermos bem o comportamento da nossa carteira ao longo do tempo. 

Para esse exercício usaremos uma carteira diversificada que investe no CDI, IBOVESPA, IRF-M (índice de títulos do Tesouro com taxa pré-fixada), IMAB- 5 (índice de NTN-Bs com vencimento em até cinco anos) e IMAB- 5+ (índice de NTN-Bs com vencimento acima de cinco anos).  

Consideraremos a seguinte alocação inicial nessas classes de ativos: 

Tabela 1 – Pesos de Cada Segmento Da Carteira Diversificada.  

Escolhemos essa alocação por  ela ser muito comum dentre grandes investidores institucionais. 

Os dados para este estudo estão disponíveis a partir de março de 2006, data na qual os novos índices de renda fixa passaram a ser calculados. Usamos dados até março de 2016, dez anos de dados mensais, sem dúvida estatisticamente relevante. Para facilitar a análise todos os retornos foram deflacionados pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). 

Inicialmente compararemos o retorno proporcionado pela carteira diversificada com pesos fixos e o retorno do CDI. Uma carteira com peso fixo é uma carteira onde o investidor faz uma alocação inicial e nunca mais a altera. Essa carteira é também chamada de carteira de alocação passiva.  

Podemos facilmente notar que a teoria de diversificação é válida no mercado Brasileiro. A carteira diversificada apresenta uma rentabilidade melhor do que o CDI no período estudado. Observamos também que em períodos de forte queda na bolsa brasileira a carteira sofre. Cabe então a pergunta: Podemos melhorar a essa rentabilidade? 

Rebalanceamento Mensal  

A teoria financeira nos diz que devemos ajustar nossa carteira sempre que os pesos relativos das classes de ativos em nossa carteira mudam, o que chamamos de rebalanceamento. Rebalancear uma carteira é vender (ou comprar) uma parte dos ativos que tiveram alto/baixo retorno para mantermos o perfil de risco da carteira mais próximo ao inicialmente desejado, ou próximo ao da alocação inicial que no nosso exemplo é apresentada na tabela 1. 

Com o rebalanceamento espera-se que a performance da carteira melhore, pois acredita-se que, no longo prazo, os mercados possuem tendências e que com o rebalanceamento podemos capturá-las melhor, comprando ativos cada vez mais baratos e vendendo caro aqueles que se valorizaram muito. 

Assim, rebalancear a carteira, é ajustar sempre o peso relativo das classes de ativo para os pesos desejados.  

No nosso primeiro teste usamos o rebalanceamento mensal da carteira que é ajustar seu peso ao final (ou início) de cada mês. Nessa técnica de rebalanceamento no primeiro dia do mês (estamos usando dados mensais) vendemos todos os ativos que se valorizaram e compramos aqueles que apresentaram queda e trazemos os pesos relativos para aquele apresentado na tabela 1. 

No gráfico 2 notamos que de 2009 a 2011 o rebalanceamento mensal apresentou um resultado um pouco melhor do que o da carteira passiva, mas de 2015 ao início de 2016 seu resultado foi inferior. Portanto a pergunta permanece. Há alguma técnica de rebalanceamento que melhora o desempenho da carteira? 

Rebalanceamento Por Faixas 

É notório que os mercados passam por períodos de alta, baixa e também por períodos sem tendência definida. Um modelo que privilegie o rebalanceamento apenas em momentos de tendência clara pode ser, intuitivamente, mais eficiente do que o rebalanceamento mensal. 

Para implementar esse modelo, empregamos um método chamado de rebalanceamento por faixas. Por exemplo, assumindo que nossa meta de alocação em bolsa seja de 10%, como em nossa carteira inicial, estipulamos uma faixa de oscilação onde não faremos nada, digamos 30%. Com esse limite só rebalanceamos a carteira quando a alocação em bolsa estiver abaixo de 7% ou acima de 13%. Nessa técnica estabelecemos uma banda de rebalanceamento que vai de 7% a 13 %. Com o rebalanceamento a carteira volta para a alocação inicial, que no caso de bolsa foi de 10%. 

No rebalanceamento usamos o CDI como caixa. Sempre que temos que investir mais em algum ativo sacamos o dinheiro do CDI. Quando vendemos um ativo, aplicamos os recursos também no CDI. 

Note como o rebalanceamento por faixa agrega valor à carteira. Durante todo o período estudado a carteira rebalanceada por faixa apresenta a melhor rentabilidade. 

No período de 10 anos o CDI apresentou uma rentabilidade real de 60%, sem dúvida muito boa. Entretanto, a carteira que usa a técnica de rebalanceamento por faixa apresentou uma rentabilidade real de quase 80%, mais de 30% acima do CDI. 

Com essa técnica de rebalanceamento mostramos que no Brasil, mesmo com taxas de juros muito altas, a diversificação agrega valor a uma carteira no longo prazo e que o emprego de rebalanceamento por faixa agrega mais valor ainda. 

Gestão De Recursos – Arte e Ciência  

A gestão de recursos não se resume a uma ciência, boa parte dela é arte. Infelizmente não podemos medir a arte. Na técnica de rebalanceamento por faixa, determinar o tamanho da faixa é fundamental e o resultado da carteira varia muito em função do tamanho da faixa. De uma forma geral podemos afirmar que faixas muito estreitas levam a um resultado similar ao rebalanceamento mensal e faixas muito largas ao da carteira passiva. Para esse exemplo usamos uma faixa de 28%.  

Entretanto, idealmente devemos mudar o tamanho da faixa ao longo do tempo para ajustá-la a magnitude da tendência, técnica conhecida como banda dinâmica. Na técnica de bandas dinâmicas podemos ainda ter bandas independentes, onde cada classe é ajustada por uma banda de magnitude própria. Podemos também estabelecer bandas intermediárias que permitem rebalanceamentos menores aproveitando ao máximo a tendência. Infelizmente a discussão de técnicas de ajuste dinâmico de banda está além do escopo desse trabalho. 

Vale dizer que o gestor deve estar atento a magnitude do movimento de cada mercado e ajustar a banda para aproveitar o máximo possível todo o movimento, evitando a venda ou compra prematura de um ativo. Conclusões 

A primeira conclusão que temos com este trabalho é que gerar resultados muito superiores ao do CDI é possível. Por exemplo, em dezembro de 2012 o valor de nossa carteira era de R$ 182,30. O valor de uma carteira investida em CDI apenas era de R$146,30. A rentabilidade real a carteira diversificada e rebalanceada foi o dobro da rentabilidade do CDI. 

A técnica de rebalanceamento que apresentou o melhor resultado foi a que adota faixas. Podemos, intuitivamente, imaginar que em períodos de mercado sem tendência o rebalanceamento por faixas não nos obriga a rebalancear a carteira, o que é ideal.  

Uma combinação entre rebalanceamento por faixas e uma gestão ativa na decisão de alocação dos recursos dentro de cada uma das faixas estabelecidas é a melhor combinação. A gestão ativa evita o rebalanceamento em mercados com forte tendência, como foi o caso de 2012. Na queda ela evita a compra de ativos que continuam caindo e na alta ela evita a venda de ativos que estão se valorizando.  

Finalmente, devemos dizer que neste estudo não consideramos custos. Todo rebalanceamento tem custo que surge na forma de taxas, emolumentos e até mesmo a diferença entre os preços de compra e venda dos ativos. O resultado obtido é dependente dos dados empregados e período estudado. Escolhemos longos períodos para minimizar esse efeito.  

Uma carteira diversificada, mesmo no Brasil, gera ganhos superiores ao CDI. Rebalancear a carteira agrega valor. A forma de rebalancear sua carteira não é uma tarefa trivial, mas deve ser implementada, pois ela maximiza o retorno da carteira ao mesmo tempo em que mantém seu risco dentro de determinados parâmetros. 

Disclaimer

Esta apresentação foi elaborada pela TAG Investimentos Ltda. (TAG) e não pode ser reproduzida ou redistribuída para qualquer pessoa, no todo ou em parte, qualquer que seja o propósito, sem o prévio consentimento por escrito da TAG. Informações adicionais sobre a apresentação e as oportunidades de investimentos se encontram disponíveis quando solicitadas. 

Esta apresentação tem como único propósito fornecer informações e não constitui ou deve ser interpretado como uma oferta ou solicitação de compra ou venda de qualquer instrumentos financeiro ou de participação em qualquer estratégia de negócios específica. Todas as opiniões aqui contidas foram elaboradas dentro do contexto e conjuntura no momento em que a apresentação foi editada, podendo mudar sem aviso prévio, bem como não leva em consideração os objetivos de investimento, a situação financeira ou as necessidades específicas de determinado investidor.  

Este material é de uso da TAG e não deve ser considerado como material de venda ou divulgação,  e pode ser usado para simular resultados futuros com base em informações passadas, sem qualquer garantia de que os resultados simulados serão obtidos ao longo do tempo. 

Algumas das informações aqui apresentadas podem ter sido obtidas de fontes de mercado. Apesar de todo o cuidado em sua coleta e manuseio, a TAG não se responsabiliza pela publicação acidental de dados incorretos.  

Acreditamos que as informações contidas neste material sejam confiáveis, mas não garantimos que sejam exatas ou completas. As opiniões, estimativas, estratégias e visões de investimento expressas neste documento constituem o juízo de nossos estrategistas de investimento dedicados aos clientes, com base nas atuais condições de mercado, podendo ser alteradas sem aviso prévio.  

As estratégias e visões de investimento contidas neste material poderão divergir daquelas expressas para outros fins ou em outros contextos por outros estrategistas de mercado. Os pontos de vista e estratégias descritos aqui podem não ser apropriados para todos os investidores. 

Os responsáveis pela elaboração deste relatório certificam, por meio desta, que as opiniões expressas neste relatório refletem, de forma precisa, única e exclusiva, suas visões e opiniões pessoais a respeito de todos os emitentes ou valores mobiliários analisados, e foram produzidas de forma independente e autônoma. Os responsáveis pela elaboração deste relatório não estão registrados e/ou não são qualificados como analista de pesquisas junto à NYSE ou à FINRA, portanto,  não estão sujeitos às restrições da Norma 2711 sobre comunicações com uma empresa objeto de análise, aparições públicas e transações com valores mobiliários mantidos em uma conta de analista de pesquisas.  

Os investidores que desejem adquirir ou negociar os títulos mobiliários mencionados neste relatório devem obter documentos pertinentes relativos aos instrumentos financeiros e às bolsas e confirmar o seu conteúdo. A decisão final em relação aos investimentos deve ser tomada por cada investidor, levando em consideração os vários riscos, tarifas e comissões.

As cotas dos Fundos de Investimentos em Participações (FIP), Fundos de Investimentos Imobiliários (FII) e Fundos de Investimentos constituídos sob a forma de condomínios fechados somente são resgatadas ao término do prazo de duração do fundo, admitindo-se a amortização de cotas, sempre em conformidade com que dispuser o regulamento ou a assembléia geral de cotistas. Estes fundos podem concentrar a carteira em poucos ativos de baixa liquidez , o que pode resultar em perdas de patrimônio financeiro por seus cotistas que podem superar o capital aplicado.  

Fundo(s) de investimento citado(s) como opções de investimentos pode(m) utilizar ou aplicar em fundos que utilizem estratégias com derivativos como parte integrante de sua política de investimento. Tais estratégias, da forma como são adotadas, podem resultar em significativas perdas patrimoniais para seus cotistas, podendo inclusive acarretar perdas superiores ao capital aplicado e a conseqüente obrigação do cotista de aportar recursos adicionais para cobrir o prejuízo do fundo. 

 Fundos de Investimentos em Cotas de Fundos de Investimentos (FIC) eventualmente citados nas apresentações estão autorizados a realizar aplicações em cotas de fundos de investimento que aplicam seus recursos em ativos financeiros no exterior, na forma e nos limites estabelecidos na regulamentação vigente.  

Os investimentos discutidos podem flutuar em termos de preço ou valor. Para avaliação de performance do Fundo de Investimento é recomendável uma análise de período mínimo de 12 (doze) meses. A rentabilidade obtida no passado não representa garantia de rentabilidade futura.  

Fundos de Investimento não contam com garantia do administrador do fundo, do gestor da carteira, de qualquer mecanismo de seguro ou ainda do Fundo Garantidor de Créditos – FGC.  

Ao Investidor é recomendada a leitura cuidadosa do Prospecto e do Regulamento do Fundo de Investimento antes de investir.  

O material é distribuído com a ressalva de que não oferece assessoria contábil, jurídica ou tributária. Consulte um assessor jurídico ou tributário de sua confiança.  

As rentabilidades informadas são brutas de impostos. 

Dúvidas ou reclamações  e sugestões entre em contato com a TAG Investimentos. Telefone: (55)(11)34740000 e-mail: ouvidoria@taginvest.com.br