28/02/2019 às 18h07

Dólar sobe e fecha em R$ 3,75 com pressão contrária a emergentes

Por Lucas Hirata | Para Valor, de São Paulo

O mercado de câmbio brasileiro foi tomado pela desvalorização das principais divisas emergentes hoje. Diante das preocupações com riscos geopolíticos e novos sinais de fraqueza da economia global, os investidores diminuem a exposição no real brasileiro e buscam a proteção do dólar, levando a cotação a encostar em R$ 3,75.
 

O dólar comercial fechou em alta de 0,64%, aos R$ 3,7533. Com esse avanço da moeda americana, o real brasileiro teve o sexto pior desempenho do dia numa lista de 33 divisas globais, melhor apenas que rand sul-africano, peso argentino, peso chileno, peso mexicano e won sul-coreano.

O movimento é atribuído à tensão geopolítica entre Índia e Paquistão, além do fim das conversas entre Estados Unidos e Coreia do Norte, o que leva à perda de emergentes no exterior. Outro fator de preocupação é a desaceleração da economia global, com uma nova rodada de indicadores fracos da China.

Domesticamente, também ronda o mercado o risco de desidratação da reforma da Previdência. Por ora, entretanto, os investidores avaliam comentários sobre possíveis pontos de mudança ante o texto original como naturais das negociações com o Congresso. “O mercado quer ver o conjunto da obra, ou seja, a economia fiscal”, diz outro operador.

“A reforma da Previdência está em fase de negociações. É natural que tenhamos ruídos. Por ora, tudo está dentro do cronograma e sem muitas novidades. Será importante acompanhar a articulação política nesta frente e a configuração final do texto que irá para votação”, escreve Dan Kawa, estrategista da TAG Investimentos.