Seu Dinheiro — 12 fundos imobiliários podem abrir capital

Juntos, eles pretendem captar cerca de 3,8 bilhões de reais. As gestoras estão aproveitando o aumento do apetite por risco dos investidores

Por Patrícia Valle

20/10/2017 – 05h55

Doze fundos imobiliários estão em processo na Comissão de Valores Mobiliários para abrir o capital. Juntos, eles pretendem captar cerca de 3,8 bilhões de reais. As gestoras estão aproveitando o aumento do apetite por risco dos investidores, que têm buscado alternativas, com os juros mais baixos e os preços ainda atrativos dos imóveis, para levantar dinheiro e fazer boas compras. Os gestores de patrimônio recomendam a aplicação nesses fundos para ter uma renda com o pagamento de aluguéis e para ganhar com a valorização das cotas. Em média, os fundos imobiliários renderam 9% nos últimos 12 meses, com a vantagem de ser isentos de imposto, enquanto a taxa Selic deverá chegar a 7% no fim do ano. Para apostar na valorização dos imóveis, a recomendação são edifícios corporativos em São Paulo. “Hoje há muita vacância, mas isso mudará com a retomada econômica, e o preço vai subir”, afirma Phillip Soares, analista da corretora Ativa Investimentos.

INTERNACIONAL
COM UM PÉ MAIOR NO EXTERIOR

Os fundos brasileiros que investem pelo menos 90% de seu patrimônio no exterior aumentaram em 120% os ativos sob gestão neste ano, chegando a 11,8 bilhões de reais, segundo um levantamento da empresa de informações financeiras Morningstar — um recorde histórico. Os investidores estão aplicando mais em ações e fundos multimercado para conseguir melhores retornos com a queda dos juros, mas querem diversificar o risco Brasil em meio a incertezas políticas e à eleição à frente. “Recomendamos a diversificação internacional, mas sem a exposição cambial”, diz Luis Pinho, estrategista do Andbank. Esses fundos investem em diversos mercados globalmente e renderam 13,3% nos últimos 12 meses. “Há oportunidades em todos os mercados. Em ações, prefiro a Europa”, diz Marco Bismarchi, sócio da Tag Investimentos.

RENDA FIXA
MAIS COMPRA E VENDA

A liquidez dos títulos privados isentos de impostos (certificados de recebíveis imobiliários e agrícolas e debêntures de infraestrutura) aumentou 35% neste ano, e hoje gira em 121 milhões de reais por dia, segundo um levantamento da corretora XP Investimentos. O aumento de 10% do estoque desses títulos em relação ao ano passado permitiu maior compra e venda desses papéis no mercado secundário, dando mais chance de o aplicador sair do investimento, caso necessário. O receio de não conseguir vender o papel impedia muitos investidores de comprar esses títulos. “Ainda esperamos mais papéis virem a mercado, o que deverá aumentar ainda mais a liquidez”, afirma Bruno Constantino, sócio da XP.

AÇÕES
EUFORIA GLOBAL NO MERCADO DE AÇÕES

Neste ano, o mundo terá o maior número de aberturas de capital desde a crise financeira de 2008. É o que mostra um levantamento da consultoria -EY. Até setembro, 1 021 companhias estrearam nas bolsas de valores mundiais, 41% mais do que no mesmo período do ano passado. A recuperação da economia mundial, a baixa oscilação dos mercados e a alta das bolsas estão dando confiança aos investidores e incentivando as empresas a abrir o capital. A região com maior número de emissões é a Ásia: apenas na China foram 312 aberturas de capital, com o governo chinês liberando empresas que estavam na fila há anos. O Brasil teve seis ofertas que captaram 4,1 bilhões de reais, fazendo a bolsa brasileira registrar a nona posição em captação. Ela vai voltando ao radar dos investidores, com valorização de 27% neste ano.